sábado, 14 de agosto de 2010

TEMA: A INSERÇÃO DO ALUNO SURDO NA ESCOLA REGULAR: DESAFIOS E POSSIBILIDADES








Relato da professora Sandra Virgínia onde mostra o percurso do seu aluno Guilherme.



Guilherme é deficiente auditivo, tem nove anos, está matriculado na I etapa do II ciclo de aprendizagem na Rede municipal de ensino. Não apresenta nenhuma sensação auditiva que pode ser captada espontaneamente.


Ao receber o aluno Guilherme em sua sala de aula a professora se viu diante de um grande desafio: mediar o desenvolvimento cognitivo do aluno. Para tanto buscou uma capacitação na área de educação para surdos, pois somente conhecer a linguagem de sinais não era o suficiente para fazer a turma avançar em suas aprendizagens, pesquisou sobre a deficiência auditiva, já que era a primeira vez que recebera um aluno com deficiência auditiva, solicitou ajuda de outros profissionais, sensibilizou a turma acerca da receptividade ao aluno, eliminou a superproteção. Essas alternativas ampliaram a socialização e as propostas de atividades para Guilherme.


Neste processo interventivo, o passo inicial foi o diagnóstico, onde a professora detectou, após as duas primeira semanas de aula que o referido aluno interagia positivamente com a professora, porém com os colegas de classe demonstrava irritabilidade. A partir daí promoveu um atendimento sistemático ao aluno, ora em parceria, ora individualizado, fazendo observações e registros consistentes que respaldaram suas ações didáticas para o replanejamento.

As intervenções didáticas feitas pela professora Sandra favoreceram muito a construção de capacidades pelo aluno, pois o foco também é a socialização e a autonomia. Seus planejamentos contemplam atividades desafiadoras destinadas, como é o caso do trabalho com o texto, vejamos:


Em relação aos textos informativos é necessário que a criança aprenda a:


• tomar atenção aos sinais de aproximação ao conteúdo, tais como o título, fotografias, imagens, entre outros;


• identificar o tema da informação;


• identificar a ideia principal.


• Podem ser usadas algumas ajudas, como estratégias para o treinamento da compreensão deste tipo de textos, como por exemplo o questionamento do texto (O que sugere o título? O que o autor nos quer transmitir? Será que poderia existir um final diferente?), também a interpretação do texto para a língua gestual (com especial atenção às palavras-chave do texto, à qual devem sempre ser associados sinónimos, para uma melhor compreensão por parte do surdo).

O processo avaliativo do aluno com DA não é tão diferente dos demais alunos, tendo somente o cuidado de utilizar adaptações e/ou destinar um tempo maior durante a realização das avaliações. Porém o que se observa é que mesmo com a deficiência auditiva, o aluno desenvolve habilidades e capacidades para interagir no grupo, no mundo, onde o fundamental é a valorização do ser, a afetividade, o respeito ao ritmo de aprendizagem e o tempo na execução de tarefas. Acredito que cada ser traz consigo um potencial a ser desenvolvido, basta ter oportunidades.

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